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Funcionários da Caixa entram em estado de greve nesta terça-feira

Paralisação das atividades ocorre até 23h59 de hoje; em Juiz de Fora, Sindicato dos Bancários cumpre decisão liminar e agências operam com 60% da capacidade

 

Os funcionários da Caixa Econômica Federal decretaram estado de greve e paralisam suas atividades por 24 horas nesta terça-feira (27) em todo o país. A interrupção das atividades teve início à meia-noite e deve seguir até as 23h59. Em Juiz de Fora, o Sindicato dos Bancários da Zona da Mata e Sul de Minas (Sintraf-JF) publicou o aviso de greve nesta segunda-feira (26). De acordo com a categoria, na base local, 92,13% dos votantes foram favoráveis às deliberações da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), em assembleia realizada na semana passada. Por uma decisão liminar, de acordo com o sindicato em Juiz de Fora, as agências operam com 60% do quadro de funcionários no município.

Os trabalhadores da Caixa Econômica Federal protestam contra a privatização do banco, considerado o único que é 100% público no país. De acordo com a vice-presidente do Sintraf-JF, Lívia Terra, a manifestação em defesa da manutenção da Caixa como empresa pública ocorre por conta da venda de subsidiárias de estatais, permitida pelo Supremo Tribunal Federal. “Você vai privatizando pedaços até que não sobre nada e não tenha mais um porquê de a empresa existir. Essa defesa não é só uma defesa corporativa, é uma defesa do patrimônio de todos os brasileiros. A importância da Caixa e do papel público dela – mais do que em outros anos, no momento de aperto que é esse período que estamos vivendo – ficou claramente demonstrada”, aponta Lívia.

Ainda segundo a categoria, o movimento inclui também pautas trabalhistas e questões sanitárias, como o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) Social e de medidas de proteções contra a Covid-19, como prioridade na vacinação dos empregados que atuam com o pagamento do auxílio emergencial e na orientação da população.

“O país inteiro assistiu o trabalho da Caixa no último ano e o quanto os empregados foram úteis para o país, quando fizeram um papel fundamental durante a pandemia e tem feito ainda, devido ao pagamento do auxílio emergencial”, diz Lívia. “Há alguns anos, no nosso acordo coletivo, consta a participação nos lucros de uma parte que se chama PLR social. Ela foi criada para os empregados por esse atendimento social. A redação desse acordo é a mesma desde 2016 e não foi alterada. Esse ano, ao invés da direção distribuir os 4% que é o acordado, distribuiu um valor menor, alegando que nós não cumprimos a meta do atendimento social. Ora, como os empregados não cumpriram a meta de atendimento social no ano passado, atendendo mais da metade da população?”, questiona.

Agências atuam com 60% do quadro funcional

O estado de greve e a paralisação desta terça-feira foram aprovados em assembleia virtual ocorrida em todo o país na última quinta-feira (22), por meio da Contraf-CUT. De acordo com o Sintraf-JF, a Justiça determinou que as agências funcionem com, pelo menos, 60% do quadro de funcionários, devido a uma ação que teria sido movida pelo banco contra o movimento nacional. “Embora tenha determinado que 60% do quadro funcional da Caixa esteja atuando por ser um serviço essencial, principalmente por todos os serviços que a Caixa tem feito durante a pandemia, o juiz, na própria liminar, acabou garantindo a legitimidade do nosso movimento”, aponta a vice-presidente do sindicato local.

A Tribuna solicitou um posicionamento da Caixa, bem como informações sobre o funcionamento das agências em Juiz de Fora. O banco limitou-se a dizer que “participa de mesa permanente de negociação com as representações sindicais”, além de reforçar que mantém o trabalho de pagamento de benefícios como Auxílio Emergencial e Bolsa Família, bem como prestação de outros serviços essenciais.

 

Fonte: Tribuna de Minas

 

 

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