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Casos suspeitos de reinfecção são considerados ‘inconclusivos’ e outros 21 seguem em investigação na Zona da Mata e Vertentes

Quatro casos suspeitos de reinfecção na Zona da Mata foram considerados “inconclusivos” – notificação encerrada sem viabilidade técnica para sequenciamento genômico. Agora, ao todo, são investigadas 21 situações na região e no Campo das Vertentes.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), os registros descartados foram em Cataguases (1) e em Leopoldina (2). Além disso, um outro caso, que não foi informado na última atualização, também foi considerado inconclusivo em Carangola neste informativo.

Os números constam em um novo boletim da SES-MG que foi divulgado na sexta-feira (16). As informações são referentes à 28ª semana epidemiológica de 2021.

Confira a tabela completa com informações na Zona da Mata e Vertentes:

Casos de reinfecção nas regiões

Municípios Em investigação Inconclusivo
Barbacena 2 4
Cipotânea 4
Chácara 2
Goianá 1 1
Juiz de Fora 2
Rio Preto 1
Santana do Deserto 1
Além Paraíba 1
Cataguases 1 1
Leopoldina 2 2
Carangola 1
Paula Cândido 1
Viçosa 1
Muriaé 2
Piraúba 1
Ubá 3 3
Visconde do Rio Branco 3
Madre de Deus de Minas 1
Total 21 20

Reinfecção por Covid-19

No mundo, o primeiro caso de reinfecção foi confirmado em agosto em 2020, por pesquisadores de Hong Kong, na China. Já no Brasil, ocorreu em 9 de dezembro do mesmo ano no Rio Grande do Norte.

Minas Gerais

De acordo com a SES-MG, já foram 399 casos notificados de reinfecção desde o início da pandemia em Minas Gerais, sendo que 4 foram descartados, 1 confirmado em Sabará e 220 considerados inconclusivos “devido à falta de dados que permitissem a investigação”. Os outros 174 são os que seguem em apuração.

Como os casos são investigados em MG?

As investigações de reinfecção são realizadas por meio do Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (CIEVS Minas) em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e regionais de saúde.

Pelo protocolo, a SES-MG considera casos suspeitos de reinfecção aqueles em que a pessoa apresentou novo quadro clínico em período acima de 90 dias do primeiro episódio confirmado laboratorialmente.

O que se sabe sobre contaminados pela 2ª vez

Abaixo, em tópicos, o G1 reúne o que as pesquisas e as diretrizes mais recentes dos órgãos de saúde apontam sobre o tema.

  1. O que é a reinfecção?
  2. O que é preciso para atestar um caso de reinfecção?
  3. A reinfecção é comum apenas para o Sars-Cov-2?
  4. Dois testes positivos são suficientes para atestar a reinfecção?
  5. Quais os casos de reinfecção confirmados pelo mundo?
  6. Há casos de reinfecção confirmados no Brasil?

1 – O que é a reinfecção?

A reinfecção acontece quando a pessoa se recupera da Covid-19 e tempos depois ela adoece novamente. Para confirmar a recontaminação, é preciso provar que o código genético do primeiro vírus é diferente do segundo. O código genético é como se fosse uma impressão digital do vírus.

“Você só pode considerar de fato reinfecção quando você tem o sequenciamento das amostras dos dois vírus da infecção”, explicou a epidemiologista e vice-presidente do Instituto Sabin, Denise Garrett.

2 – O que define um caso de reinfecção?

No fim de outubro, o Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica com regras para a definição de casos suspeitos de reinfecção. Para que isso seja caracterizado, o indivíduo precisará de dois resultados positivos de RT-PCR, com intervalo igual ou superior a 90 dias entre os dois episódios, independentemente da condição clínica. O outro ponto é a conservação adequada das amostras.

“A reinfecção por cepas homólogas é uma possibilidade, mas no atual cenário, e em virtude do conhecimento de que o SARS-CoV-2 pode provocar eventualmente infecções por períodos prolongados de alguns meses, faz-se necessário determinar critérios de confirmação, como sequenciamento genômico, para comprovação de que se tratam de infecções em episódios diversos, por cepas virais diferentes”, informou a nota.

3 – A reinfecção é comum apenas para o Sars-Cov-2?

Denise Garrett diz que os casos de reinfecção já eram conhecidos entre pacientes infectados por outros coronavírus comuns. Vírus que causam infecções das vias respiratórias, como a Covid-19, podem ocorrer duas ou mais vezes.

4 – Dois testes positivos são suficientes para atestar a reinfecção?

A imunologista e professora da Faculdade de Medicina e do Instituto de Medicina Tropical da USP, Ester Sabino, explica que o teste RT-PCR (teste que coleta o material da garganta e do nariz do paciente com um cotonete) positivo duas vezes não indica a reinfecção.

“Nós sabemos que reinfecção acontece, mas a ciência não conseguiu definir com qual frequência ela acontece. Os estudos usam métodos complexos para comprovar a reinfecção. É preciso sequenciar os vírus e eles precisam ser de cepas diferentes” – Ester Sabino, imunologista.

Confirmar reinfecções acaba sendo difícil porque, na maioria das vezes, os cientistas não sabem o código genético do vírus que contaminou a pessoa pela primeira vez, para, então, compará-lo com o código do segundo vírus.

“Para provar a reinfecção precisamos sequenciar o genoma do vírus. Esse teste é complicado, especializado. Por isso, é raro conseguir provar que é uma reinfecção”, explicou Garrett.

“É difícil separar os casos de pessoas que ficam com o PCR positivo prolongado, de pessoas que ficaram com o vírus e ele reapareceu, ou se realmente a pessoa pegou de novo”, completou Sabino.

Fonte: G1 Zona da Mata

 

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