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BR-267 tem mais de 300 buracos entre JF e Bicas

BR-267 tem mais de 300 buracos entre JF e Bicas

Os buracos se enfileiram ou se multiplicam aleatoriamente pelo asfalto, transformando o trecho da rodovia BR-267 que liga Juiz de Fora a Bicas em uma espécie de campo minado. Percorrer os cerca de 30 quilômetros que dividem as duas cidades não tem sido tarefa fácil para os condutores.

Na véspera do feriado da Proclamação da República, nesta sexta-feira (15), quando o fluxo de veículos promete ser intenso, a Tribuna pegou estrada e contabilizou 315 depressões entre os dois municípios, incluindo verdadeiras crateras, até mesmo nas curvas.

A média é de pelo menos dez aberturas nas pistas a cada quilômetro, sem contar aquelas que escaparam aos olhos da equipe de reportagem. Além de causar prejuízos diretos, como pneus furados, rodas e suspensões danificadas, a situação aumenta o risco de acidentes, já que os motoristas chegam a invadir a contramão para desviar das cavidades dos mais diversos tamanhos e profundidades.

A tensão aumenta neste período chuvoso, quando a pavimentação costuma ficar mais deteriorada e os reparos são mais difíceis. E foi sob chuva a maior parte do trajeto realizado para esta matéria, sendo também flagrante a falta de escoamento em alguns locais. A água que cai sobre o para-brisa preenche os espaços por onde passa e diminui a visibilidade, sendo praticamente impossível não cair em alguns dos mais de 300 buracos.

Só até o Bairro Floresta, ainda em Juiz de Fora, eles somam 40, enquanto na altura do acesso a Chácara, ultrapassam cem. Outro segmento crítico é nas imediações da localidade conhecida como Passos da Pátria, a cerca de 800 metros da entrada de Sarandira. Na pista contrária, sentido JF, há cinco “panelaços”. Já em frente ao trevo de Bicas pipocam pelo menos dez.

O perigo é acrescido pelo tráfego constante de caminhões e carretas, já que a 267 faz ligação com as BRs 116 (Rio-Bahia) e 040, além de ser o principal acesso para vários municípios da região polarizada por Juiz de Fora. Como esse pedaço da rodovia é de pista simples e quase não possui acostamento e pontos onde a ultrapassagem é permitida, as imprudências são constantes na tentativa de escapar das crateras. Os carros parecem se espremer diante dos veículos maiores.

E não foi difícil encontrar alguém com problemas na estrada devido às péssimas condições da via. Aparecida Moreno, 54, e Adão Lourenço, 58, viajavam de Juiz de Fora para Bicas, quando o veículo que os levava parou a 19 quilômetros do destino. “O carro passou num buraco e estourou o rolamento. O motorista pegou carona e foi comprar outra peça para colocar”, contou a mulher, enquanto aguardava às margens da estrada. “Fez um barulhão e começou a sair fumaça. Aí tivemos que parar, senão ia comer até o eixo. Já estamos nesta crise e vamos gastar dinheiro que não esperávamos. Perigoso acontecer um acidente também, porque é muito buraco”, avaliou o passageiro.

A Tribuna esticou até Maripá de Minas, por mais 15 quilômetros e outras dezenas de depressões. Há sinais de operações tapa buracos recentes, e as aberturas no asfalto ficam mais esparsas, mas a própria condição do pavimento ondulado e craquelado revela a necessidade de recapeamento na malha federal, sob responsabilidade do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Apesar da diminuição das cavidades nesse trecho, outros problemas são evidentes, como sinalização horizontal quase apagada na divisória das pistas e algumas placas encobertas pelo mato.

Convênio
A Superintendência Regional do Dnit em Minas Gerais informou apenas que o contrato de manutenção referente ao trecho citado, de Juiz de Fora a Maripá, está paralisado por determinação judicial. Em março do ano passado, quando a situação da rodovia ainda não era tão crítica, o Dnit havia informado que a conservação da estrada dependia da finalização de um processo licitatório para contratar empresa responsável pelas atividades. Na época, faltava a liberação do recurso para assinatura do contrato. Desta vez, não foram informados detalhes da possível irregularidade apontada pela Justiça.

O temor de usuários é que a situação piore neste período chuvoso que se inicia e deixe a importante rota sem condições de tráfego. “Essa rodovia está um caos devido aos enormes e profundos buracos, não vai demorar acontecer acidentes devido a isso. São verdadeiras crateras no asfalto. O período de chuva ainda nem chegou, e a rodovia já está assim, imagina quando chegar, sem dúvidas teremos mortes de inocentes”, desabafou o analista de sistemas Felipe Dias, 33 anos.

Ele chegou a entrar em contato com a Ouvidoria do Dnit e obteve resposta por e-mail no último dia 8. Além de alegar a decisão judicial que paralisou o contrato de manutenção, como replicou à Tribuna, o departamento acrescentou ao usuário que “a unidade local do Dnit de Juiz de Fora, responsável pelo segmento, está elaborando novo orçamento para contratação dos serviços e, paralelamente, está buscando um convênio junto à Prefeitura”. “Como fechar acordo com as prefeituras se estão todas quebradas?”, questionou Felipe.

Borracheiros garantem serviço à beira da rodovia
Se, por um lado, os buracos causam prejuízos para muitos motoristas, por outro, garantem o sustento dos borracheiros que trabalham às margens da BR-267, no trecho entre Juiz de Fora e Maripá de Minas. Eles afirmam que serviço não falta, mas também reclamam da deterioração da malha asfáltica. Calotas à beira da estrada escancaram os danos, e mesmo que os cuidados sejam triplicados dificilmente se escapa ileso. Este mês, por exemplo, circulou comunicado nas redes sociais sobre sete veículos parados na mesma noite, próximo a Chácara, com pneus furados e/ou rodas amassadas.

Fonte: Tribuna de Minas

Adubo para Grama

 

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