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Antônio Almas afirma que JF tem 27 casos de coronavírus

Os dados da Secretaria de Saúde contrastam com os divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde

Juiz de Fora tem 27 casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19), três mortes sob investigação e outras 246 suspeitas, conforme dados epidemiológicos divulgados pela Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) na tarde desta sexta-feira (27) após entrevista coletiva à imprensa concedida pelo prefeito Antônio Almas (PSDB). Os números foram enviados à Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG). Os dados apresentados pelo Município contrastam com os 11 casos confirmados e os 254 suspeitos informados pelo Estado na manhã desta sexta. Os números com os quais trabalham a PJF para implementar as políticas públicas de enfrentamento à Covid-19 foram revelados pelo prefeito. De acordo com o chefe do Executivo, em perspectiva otimista, o pico do novo coronavírus em Juiz de Fora está previsto para o fim de abril.

 

Almas deu coletiva à imprensa acompanhado pelo secretário de Saúde, Márcio Itaboraí, e pelo subsecretário de Vigilância em Saúde, Ivander Mattos (Foto: Fernando Priamo)

 

Questionado pela Tribuna sobre por que os números não estão sendo diariamente informados pela Secretaria de Saúde, Almas disse que quer evitar possível rompimento institucional com o Governo estadual. “Hoje, são 26 casos confirmados, de acordo com os nossos números. Não é por falta de transparência que estou tentando evitar (a divulgação) o tempo todo. É só por uma questão de relação institucional, mas se é tão importante para vocês (da imprensa)… A leitura desses números se faz de tantas formas que não sei se objetivamente é o mais importante agora.” Até o fim da tarde desta sexta, eram apenas 26 contaminações confirmadas, mas, após a entrevista do prefeito, o número subiu para 27. A intenção da Secretaria de Saúde é divulgar as notificações que serão encaminhadas ao Estado diariamente, entre segunda e sexta-feira.

Em nota à Tribuna, a SES-MG informou que, em razão de possíveis duplicidades e inconsistências, os dados epidemiológicos foram migrados para outro sistema nesta sexta. “Em apuração, constatou-se que as informações contidas na planilha do sistema RedCap continham possíveis duplicidades, inconsistências e/ou erros, o que fez com que fosse migrado para o sistema e-SUSVE.” Além disso, a pasta atribui a divergência de dados ao fato de o Município computar testes realizados por laboratórios particulares. “Juiz de Fora está computando os diagnósticos realizados em laboratórios particulares, como Álvaro e Diagnósticos do Brasil – ambos pertencentes à rede Lacen, dos estados Rio de Janeiro e Paraná, respectivamente – além dos exames realizados pelo laboratório Hermes Pardini e pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).” De acordo com a SES, entretanto, a SS necessita mesmo contabilizá-los, uma vez que “necessita investigar os contatos e orientar seus isolamentos até que o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública de Minas possa reconhecê-los como confirmados ou não”.

‘Não estamos no pico’

Ainda em entrevista à imprensa, Almas explicou que a evolução do novo coronavírus em Juiz de Fora ainda não chegou ao pico. “Em cima das diversas situações que temos em países como China, Estados Unidos e na Europa, estamos trabalhando o nosso cenário. Pode ter uma composição menos trágica, onde esperamos que a curva vai ser abrandada e teremos um tempo maior de trabalho para nos adequarmos. Neste cenário, o pico será mais para o final de abril. A outra possibilidade, que é o pior cenário, é que o pico aconteça entre os próximos dez ou 15 dias. Do ponto de vista prático, ainda não aconteceu nada daquilo que nós estamos esperando. Cada pessoa contamina três. Nesta cadeia, se a gente quebrar uma via de transmissão, mudamos o modelo matemático de contágio. Se ampliarmos, também modificamos o modelo matemático.”

Conforme o prefeito, a dinamicidade do vírus dificulta a elaboração de políticas para o seu enfrentamento. “Já se começa a falar que o próprio vírus teria uma mutação diferente de outros países. É dinâmico o processo. Isso colocado, teremos que trabalhar com outra lógica. Então, não podemos valorar todas as informações que estão vindo de onde o vírus tinha outra característica. Às vezes, a nossa (característica) pode ser pior. Se estávamos falando de um grupo de risco com mortalidade para as pessoas acima de 60 anos, o vírus pode representar agora um risco maior para outras populações. Precisamos ter prudência.”

Hospitais

A Santa Casa de Misericórdia informou, em boletim epidemiológico divulgado no início da noite desta sexta-feira, que cinco pacientes estão internados no hospital e aguardam resultados de exames para confirmar ou descartar a hipótese de estarem infectados pela Covid-19. Deste total, dois estão internados em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), e três estão em leitos de isolamento. De acordo com a instituição, o próximo boletim de casos atendidos pela Santa Casa será divulgado na próxima segunda-feira (30).

No Hospital Monte Sinai, dos três pacientes que estavam na unidade até esta quinta, dois permaneciam internados nesta sexta, sendo que um está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Segundo o hospital, os dois pacientes internados têm resultado positivo para a Covid-19. Entre a noite de quinta e o início da noite de sexta não houve novos pacientes internados na unidade. Além disso, neste período, foram coletadas amostras de dois pacientes atendidos no pronto-atendimento, e que aguardam resultado para a doença. Eles receberam orientação para isolamento domiciliar. Nenhuma suspeita de morte por coronavírus foi registrada no hospital.

Fonte: Tribuna de Minas

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