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Ambulantes fazem manifestação na Getúlio contra mudança de local em Juiz de Fora

Prefeitura de Juiz de Fora anunciou remanejamento dos camelôs a pedido da Settra

Alguns ambulantes se reuniram, na manhã desta quinta-feira (10), na Avenida Getúlio Vargas, próximo ao cruzamento com a Rua Floriano Peixoto, em manifestação contra as mudanças nos pontos de vendas em que eles atuam. Nesta quarta (9), a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) anunciou que iria realocar os camelôs após uma solicitação da Secretaria de Transportes e Trânsito (Settra). A alteração causou preocupação entre os ambulantes, tanto regulares quanto irregulares. O ato na manhã desta quinta partiu do último grupo, que pode perder um dos principais pontos de sua atividade comercial por conta da realocação. A manifestação também critica a falta de licenças emitidas para este tipo de comércio.

De acordo com Evandro Victor Lucindo, os ambulantes que se manifestaram atuam no ponto em questão há mais de sete anos. Com as mudanças, entretanto, outros camelôs, considerados regulares pela Prefeitura, passariam a ocupar o local onde os outros trabalhadores já atuavam. “Estão falando que a gente não é legal”, diz. “Já que é para legalizar, legaliza a gente, que está aqui. A gente só quer o nosso direito”, desabafa Evandro.

Também atuando como ambulante na região há anos, Maicon César observa que as alterações estão causando confusão entre os próprios camelôs, já que, segundo ele, aqueles trabalhadores que são registrados pela PJF também não queriam ser realocados. “As pessoas que estavam no lugar deles não querem vir para cá, porque lá eles já têm o ponto deles, já têm as pessoas que conhecem o trabalho deles. Então, acabou causando um grande transtorno.”

O trabalhador disse à Tribuna que a manifestação deve continuar até que os trabalhadores e a PJF consigam chegar a algum acordo. “Tem mais de dez pessoas aqui que dependem do dia a dia do trabalho, do suor, da dedicação. Nós queremos uma solução e que a situação seja resolvida da melhor forma”, diz. “Isso é uma baita de uma covardia, porque está tirando a gente que começou o trabalho, e querendo nos colocar contra os camelôs. Ao invés de procurar ajudar, está piorando a situação”, aponta Maicon.

Em março deste ano, uma reportagem da Tribuna mostrou que, desde 2014, a Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (Semaur) não emite novas licenças para o comércio ambulante. À época, o número de pedidos acumulados chegava a quatro mil. A Tribuna está em contato com a Semaur e aguarda um posicionamento.

Remarcação de áreas
Nesta semana, os vendedores ambulantes foram surpreendidos por marcações nas calçadas da Avenida Getúlio Vargas e pela notícia de que os trabalhadores regulares precisariam ser realocados. As alterações trouxeram descontentamento entre a categoria, como no caso de um ambulante de 50 anos, que preferiu não ser identificado. Ele atuava em um ponto desde 1995, mas precisou trocar de local sem ser notificado anteriormente. “Só chegou hoje (quinta). Mandaram assinar um papel que estava mudando de lugar. Assinei, e agora estou aqui”, relatou, enquanto já atuava no novo ponto.

Por outro lado, uma ambulante de 53 anos não fez uma avaliação negativa da mudança, mas acredita que pode trazer riscos por conta de uma maior proximidade entre os vendedores. “O ponto não é ruim, mas ficamos muito perto um do outro”, conta. Além da preocupação quanto às medidas de proteção contra à Covid-19, ela acredita que as mudanças podem trazer outras questões. “Os passageiros que precisam entrar no táxi vão ter que ir para o outro lado da rua. No passeio já dá problema, imagina entrar nos táxis pelo lado da rua”, aponta.

A decisão foi divulgada nesta quarta pela Prefeitura, que informou que a mesma partiu de uma demanda da Settra, com base em pedido dos usuários da via. A medida visa à liberação da pista de rolamento, para melhorar a fluidez no trânsito e possibilitar a realização de carga e descarga nos locais adequados. Ainda de acordo com a Administração municipal, os ambulantes “foram deslocados para as calçadas, com pequenas alterações pontuais de posicionamento.”

Fonte: Tribuna de Minas

 

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