Anúncio foi feito pelo secretário de Saúde, Júlio Cotta, após a reclassificação da microrregião de Ponte Nova pelo Governo de Minas no sábado (6). Fase mais restritiva do plano tem toque de recolher e funcionamento apenas de serviços essenciais.
O secretário de Saúde de Viçosa, Júlio Cotta, anunciou, em vídeo publicado nas redes sociais no sábado (6), que a cidade vai aderir a Onda Roxa do “Minas Consciente”. Esta é a fase mais restritiva do plano, com funcionamento apenas de serviços essenciais e toque de recolher.
Ao G1, a Prefeitura afirmou que as restrições começam na terça-feira (9), após a publicação do decreto e que está em estudo um retorno das barreiras sanitárias. A cidade atingiu 100% de ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 no sábado.
“Ontem nós já havíamos feito uma reunião do COES, em que a gente tinha optado por essa situação, porque os casos de Covid em Viçosa tem aumentado como todo mundo está acompanhando. O município já estava tomando várias medidas para evitar que o sistema de saúde entrasse em colapso”, afirmou Júlio.
Cidade optou por fase mais restrita
Viçosa optou por entrar na Onda Roxa, já que a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) não incluiu o município e nem a microrregião nesta etapa. A macrorregião Leste do Sul, que a cidade faz parte, está na Onda Vermelha.
De acordo com o Executivo, a medida foi adotada porque a microrregião de Ponte Nova, que abrange 21 municípios, foi enquadrada nesta fase restritiva e, como Viçosa integra a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova, há sinais de sobrecarga na rede hospitalar e escassez de leitos na região.
“Viçosa é uma cidade que está ligada a macrorregião de Ponte Nova. Então, os leitos do SUS são de toda a macrorregião. Com isso, nós temos recebidos inclusive pacientes de outros municípios no nosso CTI”, explicou Cotta.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informou que a microrregião de Ponte Nova pediu ao Estado para ser incluída na categoria. Também no sábado, o Governo de Minas incluiu as macrorregiões do Triângulo Sul e Norte nas Onda Roxa.
O G1 entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG),que explicou que os municípios podem adotar medidas mais restritivas que as já impostas pela Onda Roxa, mesmo estando em classificações inferiores como vermelha, amarela e verde
Segundo o secretário de estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, muito mais que a imposição do estado, a ação deve ser uma conscientização da população.
A pasta ressaltou que o tempo de restrição da Onda Roxa é de 15 dias. Somente após o prazo de duas semanas é possível avaliar se a rede de saúde estará reequilibrada.
Veja quais são as medidas impostas na Onda Roxa
- Funcionamento apenas do serviço essencial (veja abaixo o que é considerado essencial)
- Suspensão de cirurgias eletivas
- Restrição de circulação de pessoas (só poderão sair de casa para atividades essenciais)
- Toque de recolher das 20h às 5h e aos finais de semana
- Proibição de pessoas sem máscara em qualquer espaço público ou de uso coletivo, ainda que privado
- Proibição de circulação de pessoas com sintomas de gripe, a menos que estejam indo para consulta médica
- Proibição de eventos públicos ou privados
- Proibição de reuniões presenciais, inclusive entre parentes que não morem na mesma casa
- Implantação de barreiras sanitárias de vigilância
- Fechamento de bares e restaurantes (funcionamento apenas por delivery)
São considerados serviços essenciais em Minas:
- Alimentos, Agropecuária e Agroindústria (excluídos bares e restaurantes);
- Serviços de Saúde (atendimento, indústrias, veterinárias, etc);
- Bancos e seguros;
- Transporte público;
- Energia, gás, petróleo, combustíveis e derivados;
- Manutenção de equipamentos e veículos;
- Construção civil;
- Indústrias (apenas da cadeia de Atividades Essenciais);
- Lavanderias;
- Imprensa;
- Serviços de TI, dados, imprensa e comunicação;
- Serviços de interesse público (água, esgoto, funerário, correios etc.).
Leitos
No sábado, o Hospital São João Batista está com os 10 leitos de UTI para Covid-19 ocupados. Dos 18 leitos clínicos, 10 tem pacientes em tratamento com a doença.
Um leito emergencial da unidade, com suporte respiratório, também está sendo utilizado por um paciente que aguarda a transferência para a unidade intensiva.
O secretário de Saúde afirmou que a Prefeitura está providenciando instalação de leitos reservas no Hospital São João Batista e novas unidades no Hospital São Sebastião.
Júlio afirmou que a cidade “não chegou em extremo colapso”, mas que medidas mais restritivas são necessárias para conter o avanço do vírus, assim como a colaboração da população em ficar em casa, usar máscaras, higienizar as mãos e não aglomerar.
Fonte: G1 Zona da Mata