Iniciativa é dos alunos de Design de Moda da Estácio Juiz de Fora e atendeu crianças da Fundação Ricardo Moysés Jr.
Aquecer o corpo e o coração de quem passa por um momento difícil foi a proposta dos alunos do curso de Design de Moda da Estácio Juiz de Fora no último semestre. Com o projeto “Costurando Afetos”, o ateliê da faculdade confeccionou 50 toucas para presentear crianças em tratamento contra o câncer na Fundação Ricardo Moysés Jr. O material foi produzido pelos alunos durante o isolamento social com o objetivo de aumentar a autoestima e divertir as crianças que lutam contra a doença. A entrega das toucas aconteceu no mês passado.
Os acessórios são lúdicos, coloridos e divertidos, feitos com o intuito de trazer cor para a vida das crianças que os receberem. A Thamires de Araújo tem 12 anos e ficou muito satisfeita com a nova touca. De acordo com a mãe dela, Elisa Regina Araújo, a filha, que é vaidosa, adora acessórios diferentes, e ficou grata com o presente. “Ela gosta muito, porque fez quimioterapia e o cabelo caiu, agora já está nascendo de novo. Ela já tem outras toucas, e ficou muito feliz em receber essa”, conta.
A professora responsável pela iniciativa, Carolina Ragone, afirma que a intenção do projeto é mostrar às alunas uma vertente da moda que foge apenas do consumo. “A moda tem vários papéis, e um deles é seu fator social. Com esse tipo de iniciativa, a gente pensa no que pode fazer para o outro, de uma forma que às vezes a gente nem imagina. Além de exercitar a parte de confecção, trabalhamos com o processo criativo inverso, que é quando a gente cria uma peça a partir do material que temos disponível, que no nosso caso foram doações de retalhos que o atelier recebe de confecções.”
Todo o processo de confecção foi feito durante o isolamento. Carolina conta que ela e mais uma aluna foram ao atelier para fazer um levantamento do material disponível. Após isso foram feitos kits com uma peça piloto, tecido e todo o material necessário para a costura das toucas. Os kits foram entregues às demais alunas do curso, para que estas pudessem produzir as toucas de casa. “Fizemos versões diferentes das toucas pensando em cada público. A de chuquinha e a de dinossauro, por exemplo, serão entregues para crianças de 0 a 7 anos. Já o modelo tubo, que é mais descolado, para as crianças de 8, 9 e 10 anos. Ele é dupla face. A criança pode usar tanto do lado colorido, quanto do lado jeans”, conta.
Tati Medeiros foi uma das alunas que participou da iniciativa. De acordo com ela, todo o processo, feito de casa, foi um ganho em dobro, tanto por poder colocar em prática seu ofício, quanto pelo resultado final ter agradado as crianças atendidas. “Foi muito tranquilo, eu consegui conciliar a produção com a minha rotina e nos finais de semana pegando mais tempo para fazer. Participar desses projetos sociais para criança é um prazer muito grande, porque a verdade no olhar delas é gratificante. A moda não é só sobre roupas, sobre combinar acessórios, ela representa a sociedade, e poder levar um pouquinho de autoestima e alegria para aquelas crianças compensa qualquer trabalho”.
A entrega, que aconteceu no dia 29 de junho, segundo a professora Carolina Ragone, foi uma grande emoção. “Muito mais que aquecer nessa época do inverno, o nosso objetivo principal era levar alegria para aquelas crianças. Quando um menininho mais novo colocou a touca de dinossauro e saiu correndo atrás de todo mundo brincando, foi um sentimento de dever cumprido.”
Edmar Facio, voluntário na Fundação Ricardo Moysés Jr. há mais de 24 anos, afirma que ações como essa mostram preocupação e amor, que podem ser sentidas pelas crianças e consequentemente melhorar sua autoestima e ajudar no seu psicológico no combate ao câncer. “O projeto, antes de mais nada, representa um gesto de carinho para com nossas crianças assistidas, representa uma preocupação com o próximo e nossas crianças recebem com muita alegria esse presente.”
Fonte: Tribuna de Minas
