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Professores da rede municipal retomam greve na próxima quarta

Categoria quer realização de concurso para contratação de profissionais nos moldes da atual carreira

Os professores da rede municipal de Juiz de Fora vão retomar um movimento grevista na próxima quarta-feira, 11 de março. A decisão foi tomada em assembleia realizada na tarde desta quinta (5), no Ritz Hotel. A principal razão para a definição é a reivindicação pela realização de um concurso público para a recomposição do quadro efetivo do magistério. Os docentes querem que os futuros profissionais, aprovados em seleção pública, sejam contratados nos mesmos moldes da atual carreira da categoria, em que os professores têm jornada de 20 horas. Por sua vez, a Prefeitura já externou a intenção de realizar o concurso ainda este ano. No entanto, defende a criação de uma nova carreira de 30 horas semanais. A diferença na jornada tem sido um dos pontos de impasse nas conversas entre as partes, apesar de não ser o único.

Pelos mesmos motivos, os professores municipais já haviam deflagrado uma greve no dia 19 de fevereiro, mas a mobilização acabou suspensa no mesmo dia, após a PJF tornar pública a decisão de protelar o envio à Câmara Municipal de um projeto de lei definindo as regras do concurso público e a criação da nova carreira para os docentes. O Executivo segue trabalhando no fechamento do texto, que será encaminhado ao Poder Legislativo na próxima semana, provavelmente na terça-feira, um dia antes do início da greve. A proposta já havia sido esmiuçada pela Tribuna em dezembro do ano passado e deve sugerir a contratação de cerca de 900 profissionais efetivos para a rede de educação.

“A categoria decidiu pela retomada da greve porque a Prefeitura insiste em não realizar o concurso público nos moldes da carreira vigente”, afirma a coordenadora-geral do Sindicato dos Professores, Cida Oliveira. Segundo a sindicalista, na última rodada de negociação, o PJF sinalizou a possibilidade de flexibilizar alguns itens da carreira sugerida, inclusive o tempo de jornada de trabalho até o limite de 25 horas. “Não chegou a ser uma proposta, pois não foi colocada no papel. Mesmo assim, levamos isto para discussão com a categoria. Ficou decidido pela defesa da realização do concurso nos moldes vigentes”, reforça Cida.

Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, professores erguem rosas vermelhas durante a votação. (Foto: Sinpro)

Por sua vez, a Prefeitura defende que tem mantido aberto o diálogo com os professores e que pretende realizar o concurso público. A Administração se diz disposta a alterar alguns itens, incluindo a jornada de trabalho proposta para o concurso, desde que isto não resulte em prejuízos de aspectos pedagógicos defendidos pelo Município. A PJF alega que a criação da nova carreira é necessária para viabilizar a realização o concurso e entende que seria impossível realizar a seleção nos mesmos moldes da atual carreira, o que, segundo o Executivo, poderia esbarrar em limites definidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

A categoria realizou paralisação nesta quinta. Segundo o Sinpro, a adesão dos professores foi de 81%. Já a Secretaria Municipal de Educação afirma que 55% das 101 escolas municipais participaram do movimento.

Fonte: Tribuna de Minas

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