Em entrevista ao G1, porta-voz do comitê de crise, informou que foi instaurado um processo administrativo pela Secretaria de Educação.
A Polícia Civil abriu um inquérito nesta quarta-feira (27), para investigar o possível compartilhamento de agulhas na Escola Municipal Arllete Bastos de Magalhães, no Bairro Parque Independência, em Juiz de Fora. Segundo a corporação, algumas das pessoas envolvidas já estão sendo ouvidas.
Um comitê de crise foi instaurado na terça-feira (26), pela Prefeitura. Nesta quarta-feira, em entrevista por telefone ao G1, o porta-voz do comitê, Ricardo Miranda, informou que a Secretaria Municipal de Educação instaurou um processo administrativo interno para apurar as responsabilidades. Ricardo também pontuou que este processo é independente da investigação policial.
Na quinta-feira (28), a delegada Ione Barbosa, responsável pelo inquérito, fará uma entrevista coletiva à imprensa onde irá explicar sobre o caso e o andamento das investigações.
Alunos, pais e professores serão ouvidos
Ricardo Miranda afirmou que no final da tarde de terça-feira uma equipe de profissionais da saúde foi até a escola e explicou aos pais e estudantes sobre o que é a exposição ao risco biológico, tirou dúvidas e informou sobre os possíveis efeitos colaterais do coquetel de profilaxia.
Ainda segundo o porta-voz do comitê, 84 pessoas realizaram o teste rápido que detecta o vírus do HIV e de hepatites virais na terça-feira. Todos estes testes deram negativos, mas como protocolo, os indivíduos tomaram o Profilaxia Pós-Exposição (PEP). O tratamento tem duração de 28 dias e só tem efeito caso seja tomado em até 72 horas após o contato da primeira exposição.
Miranda pontuou que a faixa etária predominante entre os que tiveram contato com a agulha na feira foram estudantes entre 12 e 14 anos. Porém, ele afirma que alguns professores também realizaram o teste de glicose, entre outros adultos que passaram pelo local no sábado (23).
Os estudantes começaram a ser ouvidos pela Secretaria de Educação. “Nós vamos ouvir todos os alunos que passaram na feira de ciências. Como são adolescentes, todos precisam ser ouvidos acompanhados dos responsáveis.”, explicou Ricardo, que acredita que este processo será demorado e não será concluído ainda esta semana, por serem muitas pessoas envolvidas.
Após os alunos, os professores envolvidos no projeto e a direção da escola também serão ouvidos. Caso seja constatada alguma irregularidade, a Secretaria de Educação tomará as sanções administrativas necessárias.
Feira de Ciências
Nesta terça-feira, a TV Integração e o G1 mostraram que mães de alunos informaram que no dia 23, na Escola Municipal Arllete Bastos de Magalhães, chegou a ser realizado testes de glicose em estudantes durante uma feira de ciências e que não havia profissionais de saúde específicos para a ação. A hipótese é de que as agulhas do medidor de glicose podem ter sido compartilhadas.
Em entrevista ao G1, Ricardo Miranda contou que a informação da situação partiu de uma das alunas, que relatou para a mãe que a agulha tinha sido compartilhada durante a feira de ciências na escola.
Após a informação da aluna, divulgada na segunda-feira (25), a orientação passada era de que todos que tivessem realizado o teste procurassem o Protocolo de Atendimento ao Risco Biológico Ocupacional e Sexual (Parbos), serviço que funciona dentro do Hospital Dr. Geraldo Mozart Teixeira (HPS) o mais rápido possível.
Na terça-feira pela manhã, a produção da TV Integração e o G1 apuraram que o coquetel de profilaxia contra Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) chegou a acabar no HPS.
Na ocasião, inicialmente a informação da falta de coquetel foi confirmada por telefone pela produção da TV Integração junto à Secretaria Municipal de Saúde. Contudo, na tarde de terça-feira, uma nota foi enviada ao G1, informando que não faltou medicamento antirretroviral. Veja a íntegra abaixo.
Por conta da demanda, a determinação da Secretaria de Saúde foi a transferência de todos os que precisam da profilaxia para o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Hepatites Virais (DST/Aids), que fica na Avenida dos Andradas, nº 523, no Morro da Glória.
Nesta quarta-feira, Ricardo considerou a situação referente à busca pelos coquetéis e pelos testes como controlada. “Era nossa preocupação no primeiro momento. Como o teste deu negativo para as 84 pessoas que realizaram, o próximo passo é ouvir os envolvidos”, afirmou o porta-voz.
Íntegra da nota enviada pela Secretaria de Saúde
FONTE: G1 ZONA DA MATA