Os documentos teriam sido emitidos na Policlínica do município e vendidos com uma assinatura falsa. O G1 e o MG2 entraram em contato com os citados.
A Polícia Civil investiga um suposto esquema de venda de atestados médicos em Matias Barbosa, que seria praticado por funcionários da Prefeitura do município.
O caso foi descoberto após a Prefeitura de Juiz de Fora desconfiar de vários atestados apresentados por um servidor da Empresa Municipal de Pavimentação e Urbanização (Empav). Os documentos teriam sido emitidos na Policlínica de Matias Barbosa.
De acordo com apuração do MG2, o responsável pela emissão seria um técnico de enfermagem que trabalha na Policlínica. Ele vendia o atestado usando o carimbo do Conselho Regional de Medicina (CRM) de uma médica que não trabalha mais no local.
À reportagem da TV Integração, a profissional contou que trabalhou em Matias Barbosa entre 2013 e 2018, e que, mesmo após a saída dela, os atestados continuaram sendo fornecidos. Após o CRM informar que os dados da médica estavam sendo usados de forma criminosa, ela procurou a Polícia Civil.
A médica também contou ao MG2, que quando trabalhou na Policlínica da cidade, o carimbo dela desapareceu. Na ocasião, a profissional achou que tinha perdido o objeto e não registrou o sumiço. Agora, ela suspeita de que o material tenha sido furtado.

Polícia Civil investiga suposto esquema de venda de atestados médicos em Matias Barbosa
Em nota, a Empav explicou que abriu um processo administrativo para apurar o fato e tomar as providências necessárias. A Prefeitura de Matias Barbosa também enviou um pronunciamento à reportagem falando sobre a situação. Veja abaixo as notas na íntegra.
Empav
“A pasta informou que o processo de averiguação dos atestados do seu funcionário foi iniciado pela própria empresa que oficiou o CRM após receber a informação do seu Departamento de Recursos Humanos, que estranhou a quantidade de atestados apresentados por um dos funcionários. A empresa abriu processo administrativo para apurar o fato e tomar as providências cabíveis. O funcionário foi notificado para prestar esclarecimentos a fim de garantir o devido processo legal. A Empresa também vai solicitar informações à própria Polícia Civil, uma vez que foi instaurado inquérito, a fim de instruir o processo administrativo e auxiliar a tomada de decisão da Diretoria sobre o caso”.
Prefeitura de Matias Barbosa
“Em atenção à vossa solicitação termos a informar o que abaixo segue:
1- Quando tomamos conhecimento do ocorrido foi imediatamente foi instaurada uma regular sindicância para apuração dos fatos apontados.
2 – Considerando haver, em tese, ilícito de natureza criminal, e para que não ocorra falsa e ilegal imputação de crime, a municipalidade irá aguardar e atuar, em paralelo com as nossas sindicâncias, as diligências e conclusões das autoridades que detêm a competência e os instrumentos próprios (inquérito/ação penal) para a fiel apuração dos fatos.
3 – Na hipótese de se ficar comprovada as ilicitudes objeto das informações, e após o regular e constitucional exercício do contraditório e da ampla defesa, a administração não se furtará em aplicar rigorosamente as cominações cabíveis previstas no Estatuto dos Servidores.
4- Até que ocorra a correta identificação, apuração e cominações, a Administração, por força legal e em respeito ao constitucional princípio da privacidade e da presunção da inocência, se resguarda em não fornecer identificação de eventuais suspeitos.
Fonte: G1 Zona da Mata