Pular para o conteúdo

No Dia de Finados, conheça as histórias por trás dos túmulos mais visitados em Juiz de Fora

  • por
No Dia de Finados, conheça as histórias por trás dos túmulos mais visitados em Juiz de Fora

Nossa reportagem conversou com historiadores que falam de personalidades que tiveram suas marcas registradas na cidade durante a vida e também após a morte. Conheça também curiosidades sobre o Cemitério Municipal, que completa 155 anos neste sábado.

O dia 2 de novembro é tradicionalmente uma data de comoção e de relembrar a memória daqueles que se foram. Em celebração ao Dia de Finados, o G1 ouviu historiadores que contaram a trajetória e a importância de personalidades juiz-foranas que, mesmo após várias décadas, continuam sendo alvos de devoção e curiosidade.

As origens do Cemitério Municipal

Adubo para Grama

Neste sábado (2), o Cemitério Municipal Nossa Senhora Aparecida completa 155 anos desde sua inauguração, em 1864, apenas 14 anos após a emancipação de Juiz de Fora

Este local simbólico, considerado sagrado, foi criado através de uma doação de um terreno no Bairro Poço Rico pelo Tenente-coronel José Ribeiro de Rezende, após pressões e preocupações com a situação higiênica e sanitária de onde enterrar os mortos da cidade. É o que explica o historiador Leandro Gracioso de Almeida e Silva, 31 anos, doutorando em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que realizou diversas pesquisas sobre o Cemitério Municipal.

Segundo Leandro, antes da criação do Cemitério Municipal, as pessoas que morriam eram enterradas abaixo do assoalho e ao entorno de uma igreja católica de arquitetura colonial na Avenida Rio Branco, local que se tornaria, tempos depois, a Catedral Metropolitana de Juiz de Fora.

De acordo com o pesquisador, após o novo cemitério estar inaugurado, alguns dos corpos que ainda possuíam identificação ou contato de familiares foram levados do assoalho da Igreja para o novo local. Porém, como pontua Leandro, os indigentes, pessoas que não foram identificadas ou que não tinham familiares – continuam até hoje enterradas abaixo da Catedral.

A paixão de Leandro com o tema vem da infância. Seu pai trabalhava no Municipal como auxiliar de necropsia e para ele, analisar e debater sobre a morte nunca foi um tabu. A relação das pesquisas misturou-se também com o interesse pela História da Arte e a forma como os túmulos, jazigos e mausoléus serviam para expressar o que os familiares gostariam que as pessoas pensassem sobre os mortos.

“Após a construção (do Cemitério Municipal), o ato de adornar as sepulturas chegou em Juiz de Fora através das famílias imigrantes, principalmente italianas. A tradição começou na França e se espalhou pelo mundo. As famílias que faziam esculturas ou adornos buscavam um sentido faziam religioso, para o morto ter uma ‘morada’, um lugar de memória, ser o antepassado fundador e a partir dele estabelecer uma linhagem familiar. O motivo das obras são variados, depende da classe social, gênero, idade, religião. Famílias muito católicas, apostavam em obras em que o morto aparecia ‘santificado'”, explica Leandro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *