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Curva de casos de coronavírus em Juiz de Fora cresce em ritmo menor

Levantamento, que também aponta queda no isolamento, foi divulgado nesta quinta pela UFJF

Levantamento realizado pelo grupo de modelagem epidemiológica da Covid-19 da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), divulgado nesta quinta-feira (21), aponta que a curva de crescimento de casos em Juiz de Fora continua em ascensão, mas em menor ritmo quando comparado ao boletim divulgado há uma semana. A taxa média de crescimento da curva acumulada de casos confirmados era de 8% no dia 12 de maio, e passou para 4,2% nesta terça (19). Entretanto, o grupo, formado por pesquisadores da UFJF e que utiliza dados baseados em GPSs de celulares, constatou que o isolamento social – principal método de prevenção ao coronavírus segundo órgãos de saúde – também caiu na cidade na última semana.

Sobre o crescimento da curva, a constatação, portanto, é de que o número de casos continua em crescimento, mas em uma velocidade menor. “Isso faz com que o número de casos diários seja menor, levando a um número de casos acumulados também menor”, explica Fernando Colugnati, um dos autores do boletim, por meio da assessoria da UFJF. “O que precisa ficar claro é que a incidência continua aumentando, mas com uma velocidade um pouco menor”, destaca. O boletim semanal divulgado pela instituição também constatou que a incidência diária de casos suspeitos se comporta em termos constantes desde o dia 5 de maio, e que a taxa médias de crescimento da curva acumulada de suspeitas não apresentou mudança.

Um fato que pode explicar esta queda é o início das testagens pela UFJF, que analisa cem amostras por dia. “O ritmo de testagens era bem menor antes da UFJF começar esse trabalho, e quando os resultados começaram a sair, tivemos um salto, que pode ter levado a estes 8% (de crescimento da curva). Agora, quase um mês depois, a taxa se estabilizou nestes 4,2%. Mas ainda é algo que sobe.”

De acordo com o pesquisador, considerando esta taxa, o número de casos será duplicado a cada 17 dias. O documento prevê, ainda, provável aumento da taxa de casos confirmados. A previsão para o dia 25 de maio, antes de 563 casos, sobe para 574 (ainda dentro dos intervalos de previsão), e pode chegar a 807 em 1º de junho. “Estamos usando um modelo que nos permite prever cenários mais curtos, como 15 dias, além de oferecer um maior detalhamento. Estamos monitorando também as mudanças de regime na curva, ou seja, as mudanças nas taxas de crescimento”, explica Colugnati.

 

 

Distanciamento está diminuindo

Em relação a taxa de isolamento social, o levantamento utiliza indicador dado pelo uso de telefones celulares, disponibilizado de modo agregado sem a identificação de nenhum número, que notifica o percentual de celulares que não saíram de casa. De acordo com Fernando Colugnati, o indicador vem sendo usado nas grandes capitais para monitoramento e é fornecido pelas empresas de telefonia. “Sabemos o percentual de aparelhos que não deixaram o domicílio naquele dia, baseado nos dados de GPS. Usamos apenas os valores fornecidos à Prefeitura de Juiz de Fora, e disponibilizados em um painel de controle ao nosso grupo. Vamos tentar também a demanda de transporte coletivo e dados do Google Trânsito”, esclarece Colugnati.

Qualquer saída, mesmo que para atividades essenciais, é contabilizada. De acordo com esse indicador, o isolamento social apresentou queda desde 15 de abril até o dia 15 de maio. Em contraponto, observa-se o crescimento das confirmações diárias da Covid-19. Nesta quinta-feira, por exemplo, a Prefeitura de Juiz de Fora registrou 13 novas confirmações da Covid-19 na cidade.

Porém, estabelecer uma relação causal direta é difícil, segundo o pesquisador. “O indicador tem limitações, como descrito no boletim, mas é uma boa aproximação ao menos para entendermos tendências, que no nosso caso, (o isolamento) tem diminuído”, aponta Colugnati. Pessoas que não levam o aparelho consigo quando saem, por exemplo, não são contabilizadas como saindo do isolamento. Mas, segundo a UFJF, “a mensagem principal é de que o isolamento está diminuindo, e a curva continua em ascensão.”

 

Fonte: Tribuna de Minas

 

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