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Covid-19: após registros de casos de pessoas que tomaram 3ª dose da vacina na região, prefeituras de Juiz de Fora e Barbacena adotam medidas

Um dia após a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Juiz de Fora divulgar registro de casos de pessoas que tomaram a 3ª dose da vacina contra a Covid-19 em cidades da Zona da Mata, o secretário de Comunicação Pública de Juiz de Fora, Márcio Guerra, informou, nesta quinta-feira (1º), que a Secretaria Municipal de Saúde tomou conhecimento do fato, atua na identificação dos cidadãos e publicou uma portaria. Em Barbacena, no Campo das Vertentes, a Prefeitura também recebeu denúncias referentes a pessoas que tomaram doses de vacinas contra a Covid-19 de diferentes laboratórios. O número de casos não foi informado.

Conforme divulgado pela SRS na quarta-feira (30), cidadãos de Chácara e Rio Novo já imunizados alegaram que não terem sido vacinados com o objetivo de tomar uma terceira dose, produzida em um laboratório diferente dos imunizantes já recebidos. Em Barbacena, supostamente, pessoas receberam um primeiro imunizante e voltaram para tomar vacina de outra marca.

Vale ressaltar que o ato desacelera o processo de vacinação da população e prejudica pessoas que ainda não receberam nenhuma dose de vacinas contra a Covid-19, além de poder ser prejudicial para a saúde de quem recebe o imunizante.

Juiz de Fora e Barbacena adotam medidas após registros de revacinação na região

Denúncias recebidas pela SRS de Juiz de Fora

A SRS de Juiz de Fora informou na quarta-feira que tomou conhecimento de pessoas que tomaram a terceira dose da vacina contra a Covid-19 em Chácara e Rio Novo. Os números de casos registrados não foram divulgados.

De acordo com a pasta, cidadãos que receberam as duas doses permitidas, e necessárias para a imunização completa, alegaram que não foram vacinados com o objetivo de tomar uma terceira vacina, produzida em um laboratório diferente dos imunizantes já recebidos.

Tanto o G1 quanto a produção do MG1 entraram em contato com as prefeituras de Chácara e Rio Pomba, mas até o momento não obteve retorno.

Nesta quinta, a SRS afirmou que “essas pessoas que mentem dizendo não terem sido vacinadas para receberem uma nova vacina de imunizante diferente cometem desvio ético e estão sujeitas a sanções legais. Denúncias já foram enviados ao Ministério Público”.

Além disso, a pasta ressaltou que os dados dos vacinados são registrados nominalmente no sistema on-line de informação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), o que permite a verificação da situação vacinal de qualquer pessoa, em qualquer sala de vacinação do país.

“Havendo a identificação de usuário que tenha praticado o ato, os dados serão encaminhados ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), para providências cabíveis. Além disto, a Superintendência informa que esse tipo de atitude retarda o processo de vacinação e tira a oportunidade de pessoas aptas a vacinarem”, finalizou a SRS em nota.

G1 entrou em contato com o MP para saber se o órgão já está ciente dos casos e como está o andamento da investigação e aguarda retorno.

Juiz de Fora

Em entrevista ao MG1, o secretário de Comunicação Pública de Juiz de Fora, Márcio Guerra, confirmou que a cidade adotou medidas para investigar se casos semelhantes ocorreram na cidade.

“Foi feita uma portaria da Secretaria de Saúde e todos os nomes que nós identificarmos que tiverem feito esse tipo de ato, que é burlar e tomar a vaga de vacina de uma pessoa que precisa, nós vamos denunciá-los e entregá-los ao Ministério Público”, afirmou.

A Portaria nº 4.734 estabelece medidas de identificação e levantamento de casos de revacinação de Covid-19 e cruzamento de doses no município. Caso sejam identificadas irregularidades, as informações serão encaminhadas aos órgãos competentes, a fim de instaurar medidas de responsabilidade e sanções.

A Secretária Municipal de Saúde, Ana Pimentel, reforçou ainda que, além de ser um ato questionável, a aplicação de uma 3ª dose do imunizante é prejudicial à campanha de vacinação.

“Quem tomou as duas doses contra o coronavírus, ou a vacina de dose única, não precisa recorrer a uma outra aplicação. Todos os imunizantes utilizados são seguros e foram testados pela Anvisa. A revacinação, sem recomendação ou orientação do Ministério da Saúde, atrapalha toda a nossa campanha, pois quem está recebendo uma 3ª dose está tirando de alguém o direito de se vacinar. Consideramos muito séria essa questão, além de ser eticamente errado”, destacou.

Barbacena

Na cidade de Barbacena, a Prefeitura recebeu denúncias referentes a pessoas que tomaram doses de vacinas de laboratórios diferentes contra a Covid-19 no município.

Durante reportagem exibida pelo MG1 nesta quinta, até o momento uma pessoa foi identificada pela Prefeitura. Trata-se de uma profissional de saúde que foi imunizada com duas doses da CoronaVac no início do ano. Na época, ela estava gestante.

Cinco meses depois da imunização, a profissional foi até uma sala de imunização, apresentou laudo médico de puérpera e tomou mais uma dose de vacina, dessa vez do laboratório da Pfizer.

O secretário Municipal de Saúde, Arinos Brasil Duarte Filho, informou que foi detectada a relação cruzada e o caso foi encaminhado para o Ministério Público. “Ela vai responder por essa atitude de tomar uma dose de uma pessoa que tinha direito”, afirmou.

O secretário revelou ainda que uma modalidade identificada é de pessoas que são registradas em dois endereços: um em Barbacena e outro em cidades próximas ou até em outro estado.

“Então eles tomam uma lá e outras doses aqui em Barbacena. Essas pessoas têm que ficar atentas porque serão detectadas pelo sistema e serão encaminhadas para o MP para serem penalizadas”.

Na última semana, o G1 noticiou que a Prefeitura de Barbacena recebeu denúncias referentes a pessoas que tomaram doses de vacinas de laboratórios diferentes contra a Covid-19 no município.

Supostamente, elas receberam um primeiro imunizante e voltaram para tomar vacina de outra marca. Além da possibilidade de haver risco para a saúde, a prática tira a vez de quem ainda não conseguiu se vacinar.

Em nota, a Prefeitura informou que foram detectados casos de pessoas que tomaram um primeiro imunizante e voltaram, na repescagem, para tomar vacina de outra marca/laboratório conforme preferência.

“Cumpre informar que além da preocupação sanitária, pois são desconhecidos os efeitos para a saúde com este ‘cruzamento/sobreposição’ de vacinas diferentes, há ainda a preocupação de que essa prática comprometa o Plano Municipal de Vacinação, com pessoas já vacinadas desviando doses que deveriam ser direcionadas ao restante da população. Assim, a Secretaria de Saúde de Barbacena adverte a população que na hipótese de comprovação de caso de revacinação, o fato será notificado como evento adverso por erro de imunização e encaminhado o devido relatório para a Promotoria da Saúde da Comarca de Barbacena para as devidas providências legais com responsabilização criminal e cível do infrator”, concluiu em nota.

Fonte: G1 Zona da Mata

 

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