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Sem acordo, greve no transporte coletivo urbano continua em Juiz de Fora

A greve dos trabalhadores do transporte coletivo de Juiz de Fora que começou na madrugada desta terça-feira (18), segue por tempo indeterminado. A informação foi confirmada ao G1 pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Sinttro). A paralisação foi deflagrada por causa da negociação de um acordo coletivo e pagamento de benefícios como tíquete alimentação e cesta básica.

Conforme a entidade, nenhum ônibus circulou pelas ruas. A medida vai contra a determinação do Ministério Público de que 30% dos ônibus devem continuar funcionando em caso de paralisação. O sindicato informou à reportagem que a manutenção da frota mínima não foi aceita pela categoria.

Mas por causa da greve, logo pela manhã a Prefeitura autorizou 258 vans escolares a realizarem o transporte de passageiros pelo valor atual da tarifa de ônibus, que é R$3,75. Alternativa que já ocorreu na última manifestação dos ônibus.

No início da noite de terça-feira, o sindicato informou que alguns trabalhadores seguiam nas portas das garagens das empresas, junto com os diretores do Sinttro.

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Sem acordo

Ao G1, a diretoria do Sinttro informou que não foi procurada por nenhuma das empresas para reuniões ou negociações. E em entrevista ao MG2, o presidente do sindicato, Vagner Evangelista, informou que a categoria não aceitou a proposta das empresas de redução de 50% da carga horária e salarial em acordo coletivo, assim como a suspensão de benefícios.

“Fizemos uma assembleia e construímos uma proposta de realizar e receber, no mínimo, 70% da jornada e manter todos os benefícios, sem ajuste salarial até dezembro. A partir de dezembro, a gente senta para negociar”, explicou o sindicalista.

Em abril deste ano, o G1 mostrou que, devido à crise causada pela pandemia de Covid-19, as empresas realizaram um acordo coletivo entre os trabalhadores e sindicato para aderir ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda do Governo Federal, que reduz a jornada de trabalho e também os salários. Entre as medidas estabelecidas no acordo coletivo, estava a suspensão do fornecimento de cesta básica para os meses de maio e junho e do adiantamento do salário nos meses de abril e maio.

Astransp, Settra e Ansal

Em nota, a Associação Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros de Juiz de Fora (Astransp) informou que entrou com pedido judicial de dissídio coletivo, que é uma ação ajuizada para solucionar conflitos entre as partes que compõe uma relação de trabalho. O pedido está sob competência e avaliação do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT).

Além desta ação, a Astransp explicou que está “tomando todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis para a regularização do funcionamento do sistema e pelo fim da abusividade da greve provocada pelos trabalhadores, especialmente para que o Sinttro cumpra com a legislação, respeitando as normas de garantia mínima de funcionamento do serviço essencial de transporte coletivo, mesmo em estado de greve”.

A Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) informou na parte da tarde que “está monitorando e tomando todas as medidas jurídicas cabíveis para que o o transporte coletivo volte a circular e atender à população”.

Até a última atualização da reportagem, a Ansal não respondeu os questionamentos ou enviou um posicionamento sobre a greve.

Crise financeira nas empresas

A crise financeira causada pelo novo coronavírus gerou em um prejuízo de mais de R$ 15 milhões às empresas até maio, de acordo com dados da Astransp. Os consórcios informaram que, em outubro de 2019, o número de passageiros pagantes ultrapassava 7 milhões. Em março de 2020, o número caiu para 4,9 milhões. Em abril, este número chegou à casa dos 2,2 milhões.

Desde março, diversas manifestações e paralisações do transporte público ocorreram no município, por causa de atrasos no pagamento dos salários, indefinições contratuais e corte no adiantamento do pagamento, tíquete alimentação e cestas básicas.

Em maio, o G1 mostrou que a Prefeitura de Juiz de Fora vai enviar à Câmara Municipal um projeto de lei que solicita a autorização para conceder um subsídio de R$ 2 milhões às empresas do transporte público.

O valor a ser repassado aos consórcios tem o objetivo de garantir que o atendimento à população seja mantido normalmente. As empresas têm alegado dificuldades devido à redução do número de passageiros em até 70% em função das medidas restritivas por causa do coronavírus.

Os representantes das empresas responsáveis pelo transporte público se reuniram com a Prefeitura no pedir reequilíbrio financeiro dos contratos de concessão do transporte.

De acordo com as empresas, a queda do número de passageiros causou um enorme desequilíbrio financeiro e no contrato de concessão e que isso ocorreu porque quando os contratos foram feitos, a estimativa de número é bem diferente da realidade atual.

Fonte: G1 Zona da Mata

 

 

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